sábado, 1 de novembro de 2008

Ad Libidum 102 47 (3ª parte)

Depois de tanto tempo a pensar quem poderia ser e o que faria para encontrar tão linda e especial mulher, Susan apercebeu-se que estava atrasada para o trabalho. Vestiu as roupas formais de sempre e saiu de casa.
Enquanto caminhava pelas ruas do Porto, e apesar de evitar fazê-lo, olhava para todas as mulheres por quem passava para tentar averiguar se era alguma delas; olhou através das suas roupas, e, sem dar conta, esqueceu-se do motivo porque o fazia e, pela primeira vez na sua vida, começou a despi-las mentalmente sem se preocupar se estas reparavam ou não.
De repente sentiu uma mão no seu ombro. Era o seu ex-namorado. Ele perguntou-lhe como estava e se tinha tempo para um café. Ela respondeu atrapalhada que não e que já deveria estar em mais um dos colóquios que costuma organizar e "talvez depois", mas que gostou muito de o ver. Correu para o instituto.
Assim que saiu do instituto vi que o seu ex-namorado à sua espera com um ramo de rosas. Não sabia o que sentir... Eles tinham acabado porque já não se amavam; ela sabia que ele a traíra mas nunca teve coragem para lhe dizer que o sabia, e, ao mesmo tempo, ela também só estava com ele porque precisava de carinho, compreensão... Nunca compreendeu como o amor acaba assim... Mas... será que fora amor? Ou apenas necessidade de alguém? E se não desvendara isso no passado também agora estava a ser difícil saber se se deveria sentir amada, gozada, chateada... Decidiu dizer apenas "Olá". Então ele insistiu outra vez para um café e ela pensou que não perderia nada com um simples café.
Chegaram ao café, conversaram sobre coisas banais, ambos com medo de chegar à parte das "coisas séria"; ele decidiu começar a dizer piadas sem sentido e ela resolveu rir por simpatia... E então riram-se os dois da própria estupidez! Mas depois de umas gargalhadas veio o silêncio. Ela pensou que tinha saudades dos tempos em que o conheceu; ele pensou que tinha vontade de a fazer rir por mais estúpido que fosse o motivo e que adorava a forma como os lábios dela se moviam quando ria. Tocou-lhe nos cabelos e tentou beijá-la. Mas foi interrompido. A empregada do café disse que pedia desculpa se interrompia mas que estava na hora de o café fechar. Ele pagou a conta. Saíram e combinaram um café para o dia seguinte.

1 comentário:

Pinha disse...

"ele decidiu começar a dizer piadas sem sentido e ela resolveu rir por simpatia..." :)